A ida a Manchester correu bem, falando de uma forma genérica. A ida não prometia grande coisa,
uma vez que o Embraer 195 da TAP Express PGA, ou algo que o valha – não cheguei a entender bem
quem, de facto, operou o voo, só que a TAP, a quem comprámos bilhetes, não foi – saiu com umvalente atraso. Foi curioso observar que, ainda estavam os passageiros todos concentrados na
manga de embarque, à espera que o avião ficasse pronto par embarcarmos, já estavam a fazer o aviso de última chamada ainda gostaria de saber a necessidade disto.
Lá entrámos, para a primeira fila, onde não podíamos estar, por eu ser cego, e por estar um cão
deitado no chão, portanto, dois empecilhos à saída de emergência. Mudámos para a fila imediatamente atrás. e lá fomos, confortavelmente sentados, com o Lupi, calmamente, a dormir aos nossos pés.
Passados alguns copos de vinho aterrámos em Manchester, e ficámos a aguardar que a assistência nos viesse tirar do avião. Ao chegar, o assistente de terra disse que o cão não podia desembarcar. A
Sofia mostrou o passaporte do Lupi, a que o assistente reagiu dizendo que não era suficiente, e teria
que vir alguém, da emigração, para ler o chip do cão, mesmo tendo nós uma impressão, em papel,
da informação do chip. O assistente teve a gentileza de dizer que ia tentar que fosse rápido, e que na
semana anterior tinha passado por uma situação idêntica, e o desembarque tinha levado 4 horas.
Entretanto, já toda a tripulação se tinha aglomerado junto de nós, e conversávamos, numa
cavaqueira pouco amena, uma vez que a situação não era confortável. Passados uns minutos, dei-me conta que estava a dialogar com o comandante, que discorria sobre os procedimentos ingleses,
aviões, a mãe, etc. O comandante, simpaticamente, segurou no Lupi enquanto fui à casa de banho
deixar a parte líquida do vinho consumido, e ao voltar, prosseguiu com a conversa, já mais focada no
cão – este cão gera um interesse incrível em todo o lado!
Passada, mais-ou-menos, uma hora, deixaram-nos sair do avião, para que a tripulação pudesse
prosseguir com o seu trabalho, e levar os passageiros até Lisboa, alguns, eventualmente, para um estadia forçada, uma vez que as somas dos atrasos devem ter feito muita gente perder ligações – o
Turismo de Portugal deveria celebrar um protocolo com a TAP Express. No final, ninguém leu chip nenhum ao cão, nem se quer viram o passaporte. Ou seja, algumas dezenas de euros deitados ao lixo, e uma diarreia que, creio, terá sido causada pela porcaria que os ingleses obrigam a dar ao cão,
para o desparasitar, mesmo sem haver necessidade. Fiquei lixado – lixado não é a palavra certa. O cãozinho ia fazendo asneira dentro de casa – valeu a minha mãe que o viu a pôr-se a jeito e chamou a
Sofia que foi de urgência com ele à rua. Durante a noite, achámos melhor que ele ficasse a dormir no
nosso quarto, com a porta fechada – ele segura-se muito mais quando está junto a nós. Pareceu adivinhação, uma vez que, durante a noite, ouvi o cão a chorara, acordei a Sofia – 3 e tal da manha,
que, desgraçadamente, foi, outra vez, de urgência com ele à rua. Isto tudo para nada! Tive vontade
de pedir à Sofia para não apanhar as poias que ele foi fazendo em território inglês! O táxi do aeroporto até ao hotel, previamente contratado e pago, mesmo depois de eu ter avisado que era estranho dar como hora de início da espera a mesma hora de chegada prevista do avião, e, ainda, de
eu ter avisado que o avião estava atrasado, cobrou-nos, a mais, sublinho, a mais, 30 libras, que foram somadas aos 50 euros previamente pagos. E ainda não nos deram fatura dessas 30 libras extra. Vigaristas!
No hotel, porque o Universo estava decidido a testar-nos ao máximo, o nosso quarto não tinha eletricidade.